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Ba-Vi e os reflexos de uma sociedade doente

Ba-Vi e os reflexos de uma sociedade doente.

 


Todos falam que semana de clássico é diferente, e de fato é. A imprensa volta todas as suas atenções para os dois clubes que movem uma cidade, um estado, cria-se uma atmosfera mais tensa. A preparação dos jogadores muda, a expectativa e ansiedade dos torcedores tomam contam e dentro de campo as jogadas costumam ser mais ríspidas. Quem viveu os anos 80, 90, se acostumou com provocações antes, durante e após as partidas, contudo, na grande maioria dos casos as coisas sempre foram resolvidas dentro de campo como deve ser. Atualmente estamos diante de uma sociedade doente e como foi dito em algum dos inúmeros programas esportivo que assisti ontem:
"não dá para achar que o futebol é uma bolha, o que houve em Salvador é o retrato da nossa sociedade atual".

 Em um estudo apresentado nesta semana com as 50 cidades mais violentas do mundo, o Brasil, pasmem, possui 19 localidades. Nesta lista não aparece o Rio de Janeiro que está sob intervenção federal na seguração. Há quem se interessar pela matéria completa: http://www.businessinsider.com/most-violent-cities-in-the-world-2017-4

Ou seja, vivemos no país da intolerância, da falta de respeito, da falta de educação, da falta de valores.  As cenas que vimos ontem no Ba-Vi infelizmente são comuns no nosso cotidiano, principalmente para quem vive nas grandes cidades, não que seja exclusividade apenas deles. A internet também tem se mostrado um espaço assustador, onde a intolerância tem muita força, uma vez que, vivemos numa terra sem leis. Neste ano, a torcida do Cruzeiro lançou uma campanha contra o jornalista, Mauro Cezar Pereira, que esteve nos primeiros lugares dos Treining Topics. O motivo foi o jornalista em questão, ter cobrado com razão dos dirigentes do clube celeste explicações quanto a situação financeira do clube. Outro episódio que posso destacar, ocorreu também neste final de semana. A torcida do Flamengo fez com que Juninho Pernambucano, grande ídolo vascaino, Rei de Lyon e um dos melhores comentaristas do país desistisse de participar da transmissão da final da Taça Guanabara, após protestos da torcida do Flamengo com a tag #JuninhoNão . O motivo? críticas feitas pelo ex-jogador ao Vinícius JR devido a  comemoração da semana passada com o chorôrô.

Ahh falando em comemorações. Poxa, como o futebol tem ficado CHATO!!  O momento mais belo do futebol é o gol, a torcida explode e os jogadores comemoram muito, principalmente nos clássicos e nas grandes decisões.  Hoje em dia, o jogador não pode fazer NADA, tem de ser "profissional".  Se tirar a camisa, toma amarelo. Se for pra galera, toma amarelo. Se provocar o rival, toma amarelo e ainda cria confusão!  Resumindo, tá PROIBIDO comemorar o gol.
Voltando ao Ba-Vi, durante a semana o Vinicius fez um comentário no Instagram em tom de provocação que eu considero no MÍNIMO inconsequente e desrespeitoso. “Ídolos mitos. Domingo é lá no Barralixo. Com as mães e as irmãs delas”.  (foto)

(Foto/Reprodução: Instagram. Imagem retirada do portal correio24hrs)


Contudo, não acredito que essa postagem possa servir de amuleto para a direção e jogadores do Vitória tentarem justificar tudo que ocorreu no Barradão ontem.  Não foi uma briga numa partida de futebol, foi caso de POLÍCIA!!! Nada, repito, nada justifica a reação do goleiro Fernando Miguel, do Vitória, após o gol e a comemoração do Vinícius. Muito menos a pancadaria generalizada que houve na sequência, com destaque para Kanu, Rhaynner e Denilson. Os três atletas do rubro negro baiano proferiram socos de forma leviana contra seus colegas de profissão, pelo lado tricolor o volante Edson também se sentiu no poder de "defender" seus companheiros de time dando socos em jogadores do rival. O jogo que começou como "Jogo da Paz" foi o inverso disso, não apenas dentro de campo. Teve briga nas arquibancadas entre torcedores do Bahia, vale ressaltar que no meio de toda essa confusão a torcida do Vitória  chegou a usar o seguinte cântico "uuhhhhhhhh, vai morrer eêê".

Ao todo foram expulsos 7 jogadores. Kanu, Denilson e Rhaynner receberam o cartão vermelho, com isso, o Vitória ficou com 8 jogadores em campo. Pelo lado do Bahia, foram expulsos dois reservas: Edson e Rodrigo Beckao. E dois titulares: Vinicius (risos) e Renan Fonseca. A partida seguiu e aí amigo, ao que tudo indica a diretoria do Vitória tomou uma atitude ridícula ao qual treinador e jogadores resolveram compactuar, sabotaram a partida. Primeiro Fernando Miguel simulou uma lesão, depois Uilllian Correa e Bruno Bispo foram expulsos e como todos sabem pela regra do jogo, um clube tem de ter no mínimo 7 jogadores em campo. Aliás, a expulsão do Bruno mostra o quão bizarro é o futebol nacional. O tricolor de aço tinha uma falta a cobrar, o jogador chutou a bola propositalmente para tomar o segundo amarelo. Com a expulsão do quinto jogador do Vitória, o juiz teve de encerrar a partida. Detalhe: Bryan, lateral esquerdo foi cobrar do juiz a expulsão do seu companheiro de time e na sequência o meia Ramon  já com Bruno expulso faz o sinal de positivo (foto). VÁRZEA. 
                                   (Foto/reprodução: Globoesporte.com/ Ramon faz sinal positivo com as duas mãos)

Um domingo triste, muito triste. Futebol brasileiro é reflexo de todo caos que vive o país. Gestões irresponsáveis, clubes endividados, brigas dentro e fora de campo com a certeza da impunidade ao qual vemos todos os dias na TV. Na nossa bandeira tem o seguinte dizer "Ordem e progresso", a nossa realidade é "Desordem e regresso". 


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