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Futebol argentino e corrupção: jornalista comenta momento no país

Torcida argentina assiste a final da Copa do Mundo 2014 no Brasil.
No dia 7 de abril, a IFFHS (International Federation of Football History & Statistics) divulgou a lista atualizada dos melhores campeonatos nacionais no mundo da bola. O Campeonato Argentino fecha o top-5, que é liderado pela La Liga, seguido pelo Campeonato Colombiano, Ligue 1 e Bundesliga. O Brasileirão caiu uma posição em relação a 2016 e está em 7º lugar. 

A Argentina, assim como o Brasil, é um país que revela grandes craques para o mundo do futebol como Daniel Passarella, Di Stéfano, Maradona, Batistuta, Messi e outros. Porém, nos últimos anos o futebol local e a AFA (Asociación del Fútbol Argentino) estão passando por diversos problemas internos. Assim como o futebol brasileiro, a caminhada é realizada a passos lentos para tentar reverter os estragos já feitos e sair de um cenário de corrupção. Em entrevista exclusiva ao Camisa Vinte e Um, o jornalista Juan Pablo Mendez, do Diário Olé, da Argentina comentou sobre o futebol local, a seleção, a corrupção na AFA e também sobre Lionel Messi.


Camisa Vinte e Um:  Alguns técnicos argentinos estão se destacando no cenário mundial como, por exemplo, Jorge Sampaoli e Diego Simeone. Como funciona o processo de formação dos técnicos?

Juan Pablo Mendez: Simeone e Sampaoli são casos diferentes. 'El Cholo' foi um jogador com história, com três mundiais. Sempre teve muita personalidade e responsabilidade e a passa como treinador. Sampaoli não foi um jogador importante, mas sempre teve muita paixão pelo coaching, iniciou em equipes menores e foi subindo de patamar com base em seu trabalho. Uma das características dos técnicos argentinos que vão para o exterior são a responsabilidade e a personalidade, que é algo básico na Argentina porque, por muitas vezes, os jogadores são complicados. 

C21: A AFA assim como a CBF vive um momento de corrupção e problemas administrativos. Como isso afeta o cenário do futebol nacional? E também da seleção?

JPM: Com certeza afetou, porque a AFA ficou sem dinheiro, não pôde pagar aos clubes e o torneio local não se iniciou a tempo. Há argentinos envolvidos no FIFAGATE: Meizsner, Deluca, os Jinkis... Grondona já havia falecido quando isso ocorreu. A seleção foi afetada no sentido em que a crise interna tirou Martino, que se foi entre outros motivos, por lhe deverem dinheiro. Também por não cederem jogadores para os Jogos Olímpicos do Rio. 

C21:  Com a saída de Edgardo Bauza, é necessária uma renovação assim como acontece com Tite e a seleção brasileira?

JPM: A renovação já está resolvida. Bauza não apostava na posse de bola e na pressão sobre a saída do rival. Sampaoli tem esse estilo.

C21:   Vice-campeã da Copa do Mundo e das duas Copas Américas, a seleção argentina carrega um peso por ‘bater na trave’ mesmo sendo recheada por craques. O que falta para chegar ao tão sonhado título?

JPM: As três finais perdidas foram falta de sorte, porque a Argentina teve chances de ganhá-las. Isso gerou uma pressão sobre os jogadores, já que quase não houve renovação de Sabella a Martino e de Martino a Bauza. Até Messi pensou em não jogar mais depois da derrota contra o Chile, em 2016. Hoje, os jogadores em alguns casos não são os mesmos. Por exemplo, Mascherano baixou o nível pela Seleção. 

C21:  Você acredita que a pressão em cima de Messi vestindo a camisa da seleção é prejudicial? Ou é apenas uma consequência por ser um dos melhores jogadores do mundo?

JPM: Messi pode sentir a pressão, mas o que mais sente falta é jogar pela Argentina sem a mesma qualidade de jogadores que está acostumado a jogar no Barcelona, anteriormente com Xavi e hoje com Suárez e Neymar. De qualquer forma, hoje, Brasil e Alemanha são claramente superiores à Argentina. E não vai ser fácil conseguir a classificação para o Mundial, porque o último jogo é contra o Equador, onde é difícil jogar devido à altitude. 




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